terça-feira, 15 de novembro de 2011

Villa La Angostura

Todas as vezes que o destino Bariloche passeava por meus sonhos, outro lugar, imediatamente, vinha à minha mente: Villa La Angostura. Na verdade, São Martin de Los Andes também, mas credito ao vulcão chileno Puyehue, que depois de não sei quantos anos resolveu entrar em erupção, a culpa da ausência de São Martin no nosso roteiro.

Seguinte, se eu não me engano citei aqui no primeiro post de Bariloche a novela  acerca de nossa viagem e o vulcão.  E esse %$&*¨#@ vulcão, quase me matou de tanta ansiedade diante da dúvida se embarcaríamos ou não em Bariloche. Aeroporto fechado, cinzas e toda aquela loucura que contei aqui. Contei, sim!

Villa La Angostura fica a apenas 45 km de distância do vulcão chileno e foi uma das cidades mais afetadas pelas cinzas vulcânicas. Só vendo de perto para entender a extensão dos danos causados ao cotidiano dos moradores e ao turismo dessa aldeia localizada no sul da província de Neuquén. Pelos noticiários tínhamos uma vaga ideia do que encontrar por lá, mas não foi o suficiente para tirar o destino do nosso roteiro. Eu queria muito conhecer Villa, já havia navegado por fotos encantadoras dessa aldeia de montanha da Patagônia, e mesmo com cinzas eu acreditava que valeria a pena. Todo o grupo comprou a ideia e lá fomos nós em um passeio full day, saindo de Bariloche com destino a Villa La Angostura. A propósito, a distância entre as duas cidades é de cerca de 80 km, umas duas horas de viagem , por uma estrada tão bela que acrescento como parte do passeio.


A caminho de Villa La Angostura



Mais uma vez fechamos o passeio com a Vanessa Olivatti que encaixou a travessia para o nosso segundo dia ( inteiro) na cidade. No horário da manhã uma Van acompanhada de um guia nos buscou no hotel e lá fomos conhecer mais um lugar que ficaria guardado em nossas memórias de uma maneira muito especial. Fora nosso grupo de amigos, havia uma turma de brasileiros ( redundante em Bariloche) na Van, por sinal uma família muito animada, com bastante expectativa em relação ao ski. Ahhh seria nosso primeiro dia de ski e eu já estava enlouquecida de vontade de colocar aquele equipamento e deslizar montanha abaixo. HUmmmmm tudo bem, exagero!!! Não na animação, mas na parte que diz respeito a "deslizar montanha abaixo". Tudo bem , eu sei que vocês se lembram do episódio em que atropelei o instrutor de ski em Ushuaia. Mas isso foi no cerro Castor, o cerro Bayo a história que tenho para contar é outra.







Cinzas vulcânicas

O maravilhoso, estupendo, deslumbrante cerro Bayo fica em Villa la Angostura. Genteeeee, que vista, que neve, que tudo aquele lugar!!!! Amamos o Bayo!!! E amamos nosso instrutor de ski, super profissional e paciente, transmitiu muita confiança, tanto que juro que não tomei nem um tombo sequer. Para tudooo!!!! Por falar em tombo, levamos o maior susto com a Beta, e não foi esquiando, atividade que ela tirou onda para principiante. Aliás, seria o batismo de Beta, Weuber, Amanda e Gustavo. O tombo foi quando caminhavamos, já no alto da montanha, rumo à casinha de aluguel de equipamentos. Havia uma escadinha cheia de gelo, onde a Beta caiu com tudo que tinha direito. Naquele momento tive a certeza que ela havia quebrado o braço e só não digo que ela ficou branca feito a neve porque ela já é branca feito a neve. Em resumo, o braço ficou mole, mas foi maior o susto que o dano, graças ao bom DEUS. O maridão é médico, o que  nos deixou mais calmos em relação aos cuidados e procedimentos. E agora deixa a hipocondriaca aqui se gabar, a minha farmacinha contendo antinflamatório, salompas e remédio para dor muscular segurou a onda da minha amiga e permitiu que ela ficasse quase inteira para aproveitar o dia na montanha. Uma pessoa prevenida vale por duas.




Eu e Beta no teleférico do Bayo
 

Voltando à nossa aula de ski, nos divertimos ao cubo naquela montanha. Sabe aquela montanha na qual me acidentei ano passado no cerro Castor? Então, agora eu descia com pé nas costas. Ahannn um pouco menos, mas o que conta mesmo é que mais umas dez temporadas com aula de ski e eu já estou pronta para competir na modalidade esportes invernais. Tá bom, mais vinte temporadas. Galerinha, brincadeiras a parte, o que eu quero demonstrar aqui é que para quem vai a Bariloche, não pode deixar de conhecer Villa La Angostura e o seu magnífico cerro Bayo. E façam a aula de ski que vale muito a pena para quem é marinheiro de primeira viagem ( e de segunda também, como no meu caso).

Antes que me perguntem sobre os preços, não me lembro, só sei que pagamos pela excursão, mais o bilhete para esquiar, aluguel de equipamento e aula de ski. Uma graninha boa, viu!!! Mas valeu.






Equipe de esquiadores 2011

Cerro Bayo


Beta e nosso instrutor





 Quando já havíamos esgota toda nossa energia (esquiar exige energia, viu !!!) fomos comer alguma coisa no restaurante local. Não dá para esperar muita coisa, apenas umas empanadas e lamba os beiços. Na verdade,  fomos sem os maridos, que se empolgaram com a aula de ski e sumiram das nossas vistas. Os mais novos esquiadores resolveram se aventurar em outra pista, sem instrutor, totalmente por conta própria. Quase no limite da hora marcada para voltar a Beta teve que resgatar os desaparecidos, porque se dependesse deles estaríamos até hoje por lá. Ok, eu sou exagerada!








O passeio por Villa ficou marcado para depois do Bayo, de maneira que saímos da montanha e fomos, agora sim, conhecer a aldeia, seu arredores e centro turístico.

Villa é rodeada por uma natureza exuberante, entre cortada por montanhas nevadas e lagos de cor verde esmeralda. Coisas da Patagônia, e é por essa e por outras que sou completamente apaixonada por ela. Por favor DEUS, o Seu bom gosto na Criação é algo inexplicável por nós, simples mortais. Obrigada por permitir que eu visse e veja o Seu amor em forma de natureza.

O nome desse lago cor verde esmeralda é " Lago Correntoso". Eu prefiro não descrever e deixar que vejam com seus próprios olhos o que as imagens nas fotos seguintes tem a dizer. E tem mais, tem que ir e ver, sentir, vivenciar, experimentar por si próprios. O sabor de perto é muitoooo melhor!!!!








Lago Correntoso



















O prejuízo causado à Villa pelas cinzas vulcânicas serão sentindo ainda por um bom tempo e, apesar de não termos conhecido a aldeia como ela é, sem a presença das cinzas impostas pelo vulcão, dá para ver o quão lindo é aquele lugar. Posso imaginar como deve ser florida  e alegre na primavera e no verão, que aliás são as épocas de maior turismo por lá, quando Villa fica ainda mais charmosa e colorida. Bem , eu sou defensora das paisagens invernais, e tudo branquinho de neve é minha cena preferida, mas consigo visualizar aquele lugarzinho, que mais lembra um cenário infantil, com casinhas de bonecas, salpicado de todas as cores quando é a época das flores.

Optamos por não descer no centro da Villa, como previsto no roteiro do passeio, porque a cidade, infelizmente, estava triste, com muita cinza e poeira no ar. Foi uma pena, mas pretendo voltar e conhecer São Martin de Los Andes e aproveito para explorar Villa La Angostura como ela e nós merecemos.



É isso aí amiguinhos, mais uma na nossa conta. Por falar em conta, o dia fechou com o melhor restaurante que fomos em Barilo, um dos únicos presentes na minha lista de restaurantes. Mais uma na conta do vulcão, graças a ele a temporada foi fraca e  muitos restaurantes que pretendia conhecer não abriram.

O restaurante em questão é o Kandahar, e é minha melhor indicação de restaurante em Bariloche. Segue o site  http://www.kandahar.com.ar/
O Kandahar é um restaurante especializado em gastronomia da Patagônia, pratos regionais e, apesar, de contar com um cardápio restrito, sem muitas opções, as que existem são saborosas.  Vale ressaltar que é um restaurante pequeno, então vale a pena reservar. O ambiente é romântico à luz de velas e a decoração de bom gosto. A carta de vinhos é mais variada que o cardápio de pratos e a presença dos maravilhosos vinhos da Argentina não faltam como opção para acompanhar seu jantar.



Kandahar



































Já que finalizo este post com a dica de sabores, deixo a dica de um blog que me ajudou bastante nas pesquisas de restaurantes em Bari, e foi aí que encontrei o Kandahar : http://www.vamosparabariloche.com.br/

O dia foi delicioso do inicio ao fim e o melhor, ainda estávamos no segundo dia, ou seja, havia muita coisa boa para viver em Bariloche. Próximo post contarei do "SKIBUNDA"  no cerro Piedras Blancas.

Bjkassss

sábado, 5 de novembro de 2011

Refúgio Arelauquen

OIEEEEE!!!!!!! Sumida eu? Imagina!!!! Desculpem amigos, misto de preguiça com cabeça em outros lugares. Mas juro que eu estava louca para contar em detalhes sobre o passeio mais TOP de Bariloche. Devo confessar que era a grande expectativa da viagem e o que posso dizer, agora que o Arelauquen é uma lembrança, é que superou em muito nossos anseios. ARELAUQUEN é sem dúvida um passeio imperdível no roteiro de quem vai conhecer esse pedaço da Patagônia. Só devo alertar que não se trata de um passeio barato, e nem poderia ser, dada sua exclusividade. Mas posso dizer?? Vale cada centavo.

O romance com o Arelauquen começou bem antes da viagem, mais especificamente, quando comecei a namorar as fotos da karla e da Soraya, queridas que já citei aqui no blog que muito contribuiram para o sucesso da nossa viagem. Então... fuxica álbum de fotos daqui, pesquisa dali e uma certeza crescia : eu iria conhecer aquele refúgio de montanha!!!!!

Entramos em contato com a Vanessa Olivatti e pedimos que encaixasse nosso grupo de seis pessoas no primeiro horário do passeio (para fechar o grupo é necessário formar um grupo de no mínimo 10 pessoas e no máximo 16). Deixa explicar, o Arelauquen tem três horários de partida e o primeiro, por volta da cinco da tarde (quando buscam no hotel), é o mais concorrido, já que começamos com o entardecer e terminamos com a noite já caindo. Assim, quem vai no primeiro horário é presenteado com as cores mais lindas do céu, que se transforma enquanto você aprecia cada instante de dentro de uma cabana localizada no alto de uma montanha gelada, comendo e bebendo coisitas deliciosas da Patagônia.




Eu, Marcos, Weuber, Beta, Amanda e Gustavo







Vou explicar cada etapa do passeio para não deixar dúvidas de que o Arelauquen vale os 250 dólares pagos por pessoa. Devo lembrar que o preço referido sofre variações conforme a temporada.








No horário marcado, pontualmente, uma Van vai até o hotel onde estamos hospedados. Seguimos até a base do cerro, onde há uma pequena recepção. Nesse local, explicam o roteiro e, dependendo do horário que o passeio saia, te servem uns comes e bebes de entrada. Não no nosso caso, onde esses comes e bebes foram servidos quando chegamos ao refúgio no alto da montanha.



Primeira parada antes de subir a montanha

  Então, deste ponto onde nos reunimos, seguimos em um 4X4 até um ponto da montanha. A bagunça de verdade começa aí, quando o veículo desliza montanha acima, a uma altura considerável e em uma estrada escorregadia graças à neve acumulada. Por falar em neve não se esqueçam de roupa apropriada para o passeio, porque o frio... bem... você está na Patagônia e a esta altura já sabe do frio.

Voltando ao 4X4,  fiquem tranquilos, o motorista é super acostumado com o percurso e o veículo é próprio para enfrentar estradas cheias de curvas estreitas e nevadas. Bem, ao menos foi nesse pensamento que  me apeguei . Enquanto olhava para baixo, e a distância segura desaparecia, entoava um MANTRA :  " ELE ESTÁ ACOSTUMADO COM ESTE TRAJETO, ELE ESTÁ ACOSTUMADO COM ESTE TRAJETO, ELE ESTÁ ACOSTUMADO COM ESTE TRAJETO, ELE ESTÁ ACOSTUMADO COM ESTE TRAJETO ...."


4X4


Subindo a montanha
 Em um determinado ponto o grupo segue sozinho. OI??? Pois é, agora é cada um por si. Já guiou uma moto neve, mais conhecida como snowmobile? Se a resposta for "sim", sabem do que estou falando; se for " não, tentem imaginar o que é se aventurar em uma moto dessas, guiando até chegar em um refúgio no meio de uma montanha em plena Patagônia. Imaginou? É simplesmente SENSACIONAL com todas as letras. Por mais que eu tente expressar em palavras, não conseguirei ser fiel ao que vivemos. E o passeio estava apenas começando.




Snowmobile



































Ao cumprir essa etapa, chegamos, finalmente, ao refúgio Arelauquen. Entramos em uma cabana e a sensação é de estar em um daqueles filmes natalinos, com direito a casa do Papai Noel e neve para todo lado. Assim que chegamos, fomos recepcionados com entradinhas, sopa, tábua de frios e bebida. Importante destacar que no valor citado, está tudo incluído, inclusive bebida alcoólica (vinho e prosseco).


O anoitecer em Bariloche acontece, nessa época, por volta das nove da noite. Aproveitamos a luz do entardecer, que do alto da montanha toda branquinha, fica ainda mais belo, para registrar esse momento com fotos magníficas do lado de fora do refúgio. Há um mirante para você clicar a vontade a paisagem ao redor, enquanto aguentar o frio. A boa notícia é que dá para contar com o reforço substancial de um bom tinto argentino.




SUBLIME!!!
Arco Íris

Refúgio de montanha
Momento registrado, voltamos para o refúgio preparados para o segundo tempo, fondue de queijo. E assim ficamos até o anoitecer, comendo, bebendo, rindo e planejando outras viagens. O cenário ia se modificando do lado de fora do refúgio enquanto perdíamos a noção do tempo. É assim quando tudo está perfeito, o tempo parece parar. Estávamos em um lugar exuberante, entre amigos, vivendo momentos inesquecíveis!!!! Só me restava viver e agradecer.


Parceiros

Parceiros 2














A paisagem de dentro do refúgio começa assim:


E vai se transformando....


Outros cenários também se alteram, como a mesa com fondue de queijo e vinho tinto....



.... para a mesa com fondue de chocolate e prosseco.


Etapa comilança cumprida com louvor, é hora de dar adeus ao refúgio Arelauquen. Ahhh esse deixou saudades.... Mas o passeio não terminou. Lembrem-se que estamos no alto da montanha e precisamos fazer o caminho de volta para "casa". Como? Guiando a snowmobile montanha abaixo, com um pequeno detalhe que não existia na subida : algumas taças de tinto e prosseco rsrsrs


OOOOPS!!!



E se alguém tinha condições de dirigir esse alguém não era minha amiga, Beta kkkk. Ela vai me matar ao ler isso. Brincadeira, amiga!!! Acreditem, ela foi a única mulher do grupo a voltar guiando a moto neve. E garanto, tirou de letra. A maluca fui eu que estava na moto da frente à dela  kkkkk

Amanda e Gustavo

Roberta e Weuber

Marcos: " pode confiar, sobe logo, kamila!"
Bem, chegamos inteiros para o momento 4X4 O RETORNO DO MANTRA

Animação no 4X4
Para fechar com chave de diamante  o primeiro tombo da viagem foi inaugurado por nosso queridoo Weuber.



Assim foi o Arelauquen, também conhecido, carinhosamente, como "Are". E seu eu pudesse dar um conselho.. bem.. aqui eu posso né! Então lá vai : NÃO DEIXEM DE VIVER O MELHOR PASSEIO DE BARILOCHE!!!

Agradeço a DEUS pela oportunidade e chance de levar na memória instantes de puro deleite e alegria, agradeço aos amigos pela parceria, sem a a qual esse refúgio perderia parte da beleza, e agradeço ao meu amor pela companhia que me faz um ser humano melhor e mais feliz!!!

VALEU!!!